Ao pegar a minha bagagem e o metrô me vi cercada de pessoas de todos os cantos do mundo, falando línguas que eu nem imaginava que existiam, com caras e raças das mais diversas e imediatamente pensei: — poderia morar aqui. Aquele ar cosmopolita do metrô me encantou e a segurança, já naquele primeiro contato com Madri, me deixou tranquila e contente. Pensei: — sim, um outro mundo é possível. Saí do Brasil extremamente descontente e com a sensação de que o que vivemos lá é algo que não é normal, o medo de sair na rua, de assaltos, etc. Pois ali estava a prova que era possível viver de outra maneira.
O primeiro aprendizado que tive na viagem foi ver que é preciso escrever os dados com letra legível e completos quando se viaja! Isso porque ao chegar na parada de metrô, da casa da minha amiga, fui ver o endereço e não conseguia entender direito a minha letra (quem me conhece sabe que quando escrevo só eu entendo e olhe lá!)! Pensei em ligar para a minha mãe, mas era madrugada no Brasil e precisava me virar! Depois de dar várias voltas na quadra, perceber que todas as ruelas tinham o mesmo nome e de perguntar para algumas pessoas, consegui finalmente encontrar o edifício da minha amiga. Aleluia!
Nada melhor que ver um rosto conhecido, sentar no sofá e relaxar após momentos de tensão. Pois foi isso que fiz ao trocar as primeiras experiências com a C. e botar o assunto em dia antes de ela sair. A C. era uma amiga minha que vivia em Poa também e tinha vindo fazer um mestrado em Madri. Ela dividia o apê com uma boliviana e um argentino. Perfeito! Tudo o que eu queria era botar o meu espanhol em dia e conhecer pessoas novas! O primeiro contato foi assustador, pois não entendi quase nada com a rapidez que eles falavam e a diferença de sotaque que estava acostumada. Após um tempo, tudo se normalizou e me comuniquei felizmente!
Foi muito interessante notar as diferentes formas dos sul americanos, temos algo em comum que nos liga, algo leve. Ao observar os espanhois nas ruas e no metrô percebi que eles são agressivos ao se defenderem um do outro. Há algo muito forte entre o espanhol e o não espanhol. Sinto o espanhol como uma língua conhecida, mas de uma forma mais bruta.
Os dias que passei em Madri foram muito legais e aprendi bastante com os diferentes modos de vida daquelas pessoas que me rodeavam. Todos estavam ali com o mesmo propósito: estudar, mas os seus pensamentos e personalidades eram tão diferentes que era difícil acreditar como podiam dividir o mesmo espaço! Por sorte, era um apê de 3 quartos e cada um dia seu canto.
Foi muito interessante notar as diferentes formas dos sul americanos, temos algo em comum que nos liga, algo leve. Ao observar os espanhois nas ruas e no metrô percebi que eles são agressivos ao se defenderem um do outro. Há algo muito forte entre o espanhol e o não espanhol. Sinto o espanhol como uma língua conhecida, mas de uma forma mais bruta.
Os dias que passei em Madri foram muito legais e aprendi bastante com os diferentes modos de vida daquelas pessoas que me rodeavam. Todos estavam ali com o mesmo propósito: estudar, mas os seus pensamentos e personalidades eram tão diferentes que era difícil acreditar como podiam dividir o mesmo espaço! Por sorte, era um apê de 3 quartos e cada um dia seu canto.
Achei a cidade linda, suas ruas, arquitetura, a riqueza das construções, a amplidão e o estreitamento das ruelas medievais! Em alguns momentos vi cenas de filme onde aparecem uma praça, uma fonte, uma quadra coberta de prédios antigos. Me sentia num filme de Almodóvar. Ao mesmo tempo que estava extasiada com tudo que via não conseguia parar de pensar que toda aquela riqueza era fruto da exploração da América Latina. É todo um patrimônio histórico a olhos nus que é mantido por uma cidade agitada pelo trânsito de carros e os espanhois charmosos que circulam pela cidade durante a siesta. É muita injustiça, milhares de vidas indígenas para construir aquele império que foi um dos maiores do mundo. E eu estava ali dando o meu dinheiro para aquele país ao invés de conhecer a América Latina, seus países tão lindos, diversos, desiguais e inseguros.
Das minhas aventuras gastronômicas o que me marcou foram os famosos churros com chocolate quente, que na minha opinião não tem quase nada a ver com os nossos deliciosos recheados de doce de leite (ou de Mumu, como chamamos no RS!), pois nem são recheados! O próprio chocolate quente era extremamente cremoso e é mais fácil de comer com colher que beber! Enfim, costumes diferentes.
Achei algumas lojas muito baratas e até alguns restaurantes, tipo na época se conseguia por 10 euros entrada, prato principal e sobremesa! É claro que com o orçamento de mochileira, só pude comer pouquíssimo fora e, na maioria das vezes, era sanduíche para não gastar muito.
Tive o prazer de ir ao Museu Prado que me encantou! Me lembrei muito do meu pai ao ver as pinturas do Goya. Consegui entrar de graça, pois se não me engano, sempre um dia do mês é gratuito ou algo assim.
Bem, daqueles poucos dias que passamos juntas e que conheci Madri aproveitamos os maravilhosos lowcosts (voos baratíssimos que tem por vários lugares na Europa) e fomos para Marselha!!!
Bon voyage!
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